15/10/2014

Piropos...



Ora bem, aqui há uns dias em conversa na taberna, o tema era o piropo. Em poucos segundos ouvimos piropos, dirigidos para ar, a mim só me apetecia chorar enquanto dizia por favorrrrrrrrr. Vá tão digam lá qual foi o melhor piropo que já vos mandaram, se calhar nenhum e tão aí a mandar postas de pescada. Ambas rimos, não tínhamos resposta para dar. Depois veio o bombardeio: O que é que o piropo tem de ter? O que é que gostam? Querem ouvir o quê quando vão na rua? ( isso não é só quando passamos nas obras... ? ) Continuámos a rir e a frisar que podiam ser todos os piropos, menos aqueles que tínhamos acabado de ouvir. Deu para perceber que da parte do sexo masculino, aquilo doeu.

Hoje o tema voltou a vir ao de cima, noutro local e houve outra tentativa para encaixar um dos piropos lançados há uns dias atrás e um novo ( será revelado lá mais em baixo… ): tentativa novamente falhada. Resolvi então pesquisar, escolher os piores piropos que li e analisá-los, explicar do meu ponto de vista porque é que não funcionam. Isto não foi fácil, grande parte deles têm origem “trolha”, mas há quem os tenha catalogado por: religiosos, porcos, familiares, fofinhos e por aí fora. Vai dar tudo ao mesmo.

“ A tua mãe só pode ser uma ostra, para cuspir uma pérola como tu!”

“ O teu pai deve ser terrorista… és cá uma bomba!”

Todos os piropos que comecem com a ideia que os nossos progenitores podem não ser aquilo que realmente nos fazem crer que são, não é bom. Uma filha pode mesmo revoltar-se e não se responsabilizar pelo “focinho” do desconhecido e respingar: “Estás a insinuar que o meu pai não é mecânico é isso?” ou “ A minha mãe está na loja estás a ouvir! Ela não é nenhum animal… “ Nós, mulheres gostamos de complicar, de dar a volta e um piropo destes pode, num estalar de dedos, vir a ser o vosso pior inimigo.

“O teu pai trabalha na TMN? É que tens um cú que é um Mimo!”

Cá está novamente um dos progenitores… É um piropo desactualizado, a TMN já mudou de nome e apesar de “mimo” neste caso, não ser o do anúncio, o nosso cérebro em ouvindo TMN e Mimo na mesma frase vai directamente para o da publicidade, que faleceu em 1850 e isso quer dizer o quê? Que temos um cú listado? Ou um cú mudo? Actualizem-se.

“Oh boneca… contigo era até achar petróleo!”

“Oh princesa… Tu comigo eras rainha!”

“Oh filha… anda cá que eu não te aleijo!”

“Oh boa… quem me dera ser noite para te cair em cima!”

Todo o tipo de piropos que comecem com um “oh”, seguidos de formas pirosas de nos apelidarem, significa que a segunda parte já vai roçar o desagradável, e que sem se ser (muitoooo ) ordinário, fazem-se promessas que não se irão cumprir. E sejamos sinceros, sempre que há “carinho” no início de cada frase, a seguir vem merda. É como chamar um filho pelos dois primeiros nomes aos gritos, sai asneira.

“Tanta terra para lavrar e o meu tractor aqui parado!”

É aquele piropo sem muito futuro, mesmo que seja dos mais ouvidos, era só o que faltava terem tractores entre as pernas, mais uma coisa a roncar lá em casa.

“Posso não ser bonito como o Brad Pitt, nem ter músculos como o Schwarzenegger, mas a lamber sou como a Lassie.”

O que este piropo representa verdadeiramente é uma tremenda falta de autoestima da vossa parte, porque é a beleza interior que conta e essas tretas todas, por isso não se subestimem. Fazer comparações a homens que nós nunca na vida vamos ter ou até poder tocar, é um golpe baixo. Têm uma Lassie dentro de vocês, correto?? Então, agarram-se mais vezes ao aspirador.

E este foi o piropo, sem grande trolhices, apresentado hoje, o autor sabe e tem consciência que se pode tornar viral, ou não...

“A tua beleza é como o vírus do Ébola, a diferença é que basta olhar para ti para ficar doente.”

Um piropo actual e mortífero, intenso como se quer. ( disse a outra menina que acompanhou a conversa... )

Eu estou como o outro:

Gosto de ti como gosto daquelas estrelas todas!
E quantas estrelas são? Podes contá-las para mim?
Sim... mas são quatro da tarde…
Então é melhor começares já. Fui.

Mó de Moreira


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