A cabeça de uma mulher pode ser tão confusa quanto a sua
mala. Ou não. Nós gostamos de malas, grandes, pequenas, estampadas, lisas, com
brilho, sem brilho, com pedrinhas, com bordados, malas. Podemos até ter
duzentas, mas são todas diferentes. E se vocês, senhores, tentarem alguma vez
dizer: “tens muitas malas, para que
queres outra?” No dia a seguir o número passa para duzentas e dezanove.
Igualmente para os sapatos. Não entrem lá neste mundo, tentem apenas estar
calados, não fazer piadas, só para o amiguinho do lado achar que está sentado
ao lado do César Mourão. Não.
Obviamente que isto nunca vai acontecer, para isso tem de
ultrapassar algumas fobias e claro acabar com alguns mitos.
Às vezes não temos lenços de papel! Isso de generalizar o
conteúdo de todas as malas e achar que todas temos um contrato com a renova,
não pode ser, e muito menos ficarem ofendidos com tal situação. Um dia temos,
outros não. Ponto.
Quando andamos com malas grandes é porque vocês precisam
sempre que nela guardemos as vossas chaves do carro ou a vossa carteira. Não
vamos viajar. Temos é uma solução para vocês não andarem com coisas nos bolsos
e parecerem burros albardados. Ah, e quando temos malas pequenas, não é porque
afinal já não vamos de viagem, é porque não estamos com disposição para guardar
as vossas chaves ou a vossa carteira. Ponto.
Quando nos pedem um comprimido e em tom de ironia ainda
mandam a piada “nessa mala há de tudo!”
só dá vontade de responder, “sim há, e
vai sair daqui uma técnica de farmácia apenas com a bata branca vestida e
perguntar: pode ser genérico? Em pó, comprimidos ou cápsulas?” Queriam né?
Não vai acontecer. Afinal não há de tudo como na farmácia. Ponto.
Sempre, mas sempre, que nos pedem qualquer coisa e nós
dizemos: “Tira aí da mala!”… “Não vou mexer aí, posso encontrar o que não
quero!” Para além de nos darem cabo dos nervos, ficarmos com vontade de
passar para as duzentas e vinte malas, ainda nesse dia, nós nunca vamos
entender isto, há alguém desse lado do sexo masculino, que ainda não tenha
desistido de lêr isto, que me elucide? Qual é o drama? Acham que temos algum
móvel do IKEA pronto a montar e já sabem que vai sobrar para vocês…?? Ou um
serviço de chá da vista alegre e acham que vão ter que por a mesa…?? Que vai
sair uma pomba… ?? Continuo com dúvidas.
Há sempre um ou dois, que arrisca, abre o fecho da mala
depois de a autorização ser dada e a seguir entra em pânico. Ele ouviu “Está aí na bolsa de lado!” Pânico,
pânico, pânico. Há três e agora?! Pensa. Não quer perguntar, porque já sabe que
se arrisca a levar uma patada seguido de um: não sabes fazer nada… Então ali fica petrificado, com cara de quem
ouviu “Anda cá conhecer a tua sogra.”
- Mónica tens um penso?
- Nem rápido, nem higiénico! Mas porque é que vocês acham
sempre que nós temos tudo na mala?
- Epa, Mónica, porque, vá imagina, nós pedimos um martelo,
por exemplo e vocês dizem: “Espera aí,
deixa-me lá ver se tenho aqui.”
Mandei uma carcachada. As palavras foram sinceras, mas
fiquei a pensar naquilo… quer dizer no meio disto tudo a culpa é NOSSA??!! Não,
não… a cabeça de um homem é que pode ser tão confusa quanto a mala de uma
mulher, porque as malas das mulheres são organizadas e nelas só constam o
essencial para NÓS, não para VOCÊS. É aqui que também conseguem ser
complicados, nas coisas mais simples.
Mó de Moreira
Gostei. O que seria uma mulher sem uma mala e sapatos iguais ... não nos poderia servir de porta bagagens, o que seria um desastre. Continuem a comprar malas sapatos e algo mais para ajudarem a diminuir o deficit. O Passos agradece-
ResponderEliminarUm beijo
J.C.