09/09/2014

Frascos VS Mulheres



Hoje a minha avó foi para a porta de casa à espera que alguém passasse. Passou um grupo de miúdos, não interessava. Depois passou um rapaz, que ela achou que já tinha idade para a ajudar a resolver o problema. “Bom dia, será que me podia abrir aqui este frasco de tomate?!” Tenho a certeza que o rapaz pensou o mesmo que eu na altura que a minha mãe me contou isto “Agora é que é, passou-se de vez, a mulher não está boa.”

Dois segundos depois, magia: “Já está minha senhora.” A minha avó agradeceu e disse que estava à meia hora de roda daquilo e como o marido não estava em casa, foi para a rua pedir auxílio, porque tinha que fazer o almoço.

Agora que já passaram algumas horas, eu fiquei a remoer, sim sou uma desocupada que não tem nada para fazer, que podia pensar em achar soluções para a crise ou para acabar com a guerra em Israel e afinal estou aqui a pensar na atitude desesperada da minha avó.

Não presto, mas a senhora tem razão, os frascos são um dos maiores inimigos das mulheres. Não abrem à primeira, dá-se uma palmada no fundo para ouvir aquele “clic”, não abrem à segunda, ah isto é das mãos molhadas, vai-se buscar um pano, não abrem à terceira, epa isto está mesmo colado, faz-se uma força desgraçada e não abrem à quarta. Chegamos a um estado de desespero tal, porque usámos todos os truques e não abre, será que comprei o único frasco que estava lacrado no meio dos cinquenta que havia no supermercado?! A minha mãe não me ensinou todos os mandamentos para abrir frascos, onde falhei?!

Até que depois de nos passarem mil coisas pela cabeça, mas atenção, isto num timing de 5 segundos, resolvemos chamar o marido, o namorado, o amantizado, o irmão, o pai, o avô, o padrinho, o primo afastado, alguém do sexo masculino já com barba: “é isto que queres abrir?” Lá está, em dois segundos abrem o frasco. Ainda resmungam porque estavam a ver a bola e não compreendem a dificuldade em abrir aquilo.

A nossa sanidade mental, aí nesse momento, é qualquer coisa… pomos tudo em causa. Como é que é possível ter estado tanto tempo de roda de um frasco, usar todas as manobras e depois É AQUILO! AQUILO! O frasco abre milagrosamente, como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse teimado em não abrir minutos antes, filho dum grande frasco.

Há também o cúmulo dos cúmulos dos frascos, nas nossas diversas tentativas, neste caso a quinta tentativa, que é aquela em que nós antes de optarmos por chamar alguém de barba rija, conseguimos abrir o frasco e ele entorna grande parte do conteúdo pelo chão, pela roupa, pelas mãos, por aí… com a agravante boca masculina: “Porque é que não me chamaste para abrir isso?” Ggggrrrrrrrrrrr, que ódio.

Uma coisa é certa, a minha avó tem razão, ainda não enlouqueceu, porque há coisas que só os homens são capazes de fazer, neste caso, abrir frascos.


Mó de Moreira

1 comentário:

  1. Boa tive conhecimento desse caso, quem está enrascado desenrasca-se.
    Um beijo
    J.Camacho

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