28/01/2013

Jamais...



“Tu bem estranhaste eu ontem andar a dizer adeus a todos os que encontrei no meu caminho, conhecidos ou desconhecidos. Enquanto o fiz, pensei para mim: Sê feliz, que eu não fui capaz. Tu, que tão bem me conheces e que agora lês isto como se fosse escrito por um desconhecido. Não sei porque me fui a baixo, se o teu sorriso todos os dias me dava aquela força. Sê feliz, que eu não fui capaz. Todos os dias passados contigo, foram os melhores de sempre, fizeste-me esquecer este meu lado negro, sei lá, como devo chamar isto? Tu, no alto da tua vivacidade de menina, dizias que eram dias menos bons e que o sol de amanhã me iluminaria, trazendo a paz de espírito que precisava. Sê feliz, que eu não fui capaz. É injusto, pensas tu neste momento, já lavada em lágrimas. Tens razão, e só o é, porque tu não merecias passar por isto. Ninguém o merece, só me arrependo por me achares cobarde. Sê feliz, que eu não fui capaz. De vez em quando este mal invadia-me a alma, quase pedindo que o fizesse, que esquecesse quem me rodeava, quem me apoiava, quem me dava a mão. Que te esquecesse a ti. Consegui quase sempre enfrentá-lo, mas sabia que haveria de chegar o dia, que ele venceria. Sê feliz, que eu não fui capaz. Arrependo-me de nunca o ter conseguido matar, tive essa oportunidade quando entraste na minha vida, decidi viver com os dois. Até na morte o escolhi. Vá lá, tu tens força, eu deixei-te o meu sol. Sê feliz, que eu não fui capaz. Não consigo dizer-te mais nada, nem explicar-te, não tenho as respostas que tu queres, nunca as tive, achei sempre soluções para te fazer acreditar que estava tudo bem. Recorda-me como o primeiro dia que nos conhecêssemos, recorda-me como uma merda. Esse sim, era o verdadeiro, O amor, simplesmente o tornou perfeito. O amor, simplesmente o disfarçou. O amor, simplesmente te deslumbrou. o amor, simplesmente o escondeu. Sê feliz, que eu não fui capaz. “

Jamais, em circunstância alguma, estamos preparados para enfrentar uma morte. Jamais, em circunstância alguma, conseguimos superar verdadeiramente a dor. Jamais, em circunstância alguma, acreditamos que dias melhores virão. Jamais, em circunstância alguma, nos livramos dos fantasmas. Jamais, em circunstância alguma, dizemos que perdoamos. Jamais, em circunstância alguma deixamos de ter saudade. Jamais, em circunstância alguma, nos podemos esquecer, que somos todos, uma merda.

Mó de Moreira

Pode isto ser confuso, pode. Pode isto não ter sentido, pode. Pode isto não ser entendido, pode, mas pouco me interessa.

1 comentário:

  1. Frustação ! Medo ! Arrependimento !
    Tudo não deve ter passado de um sonho máu em noite fria de inverno.

    Um beijo

    J.C.

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