Os últimos tempos levam-me a querer perceber ( ainda mais ) o que se passa na cabeça dos portugueses. Têm sido semanas intensas de sensações, desde a demissão do Sócrates, ao apagão no estádio da Luz. ( este jogo deu que falar… houve frangos, pedras para os matar, relva bem regada, descobrimos que Jesus não muda lâmpadas em casa, pois não é electricista e claro, as suas habituais calinadas, “ lancei o Cardozo.. porque era a altura certa para o lançar para o campo…” Pára tudo! Mas quê, têm um arco e em vez de flechas põe seres humanos e lança-os?? Jesus é fixe, Jesus faz-me rir… ) Que grande parêntesis. Não percam lá o raciocínio, voltemos ao tema lá de cima. Ora, o português sai de casa já derrotado, com pouca esperança e cada vez que o faz, sobe o juro ou o spread a 6 meses, ou a 12 meses, atinge o pico record ( isto não percebo muito, os spreads e os juros fazem-me lembrar as vitaminas, há de A a Z, sei que as há, que a C domina, mas todas fazem muita falta… ) Adiante. Isto está mau, Cavaquinho Silva, assiste ao jogo de ping-pong, caladinho e equipado a rigor, na primeira bancada, ora Pedrinho Passos Coelho manda a bola, Zézinho Sócrates pega na raquete e manda para o outro lado, seja com a esquerda ou com a direita, saia ou não fora da mesa, está lá sempre pronto Paulinho Portas ( quem vem da feira fugindo, para assistir ao jogo… ) a apanhar as bolas e a mandá-las, tanto para Pedrinho, como para Zézinho, depende dos dias e dos submarinos. Enquanto a jogatana está a acontecer, os administradores das empresas públicas, mudam a frota de carros, de topos de gama, para topos ainda mais de gama, atenção, há diferenças… Não há crise, há luxo. Ter o cuzinho bem sentadinho em estofos de pele, para ter o corpinho descontraído e a cabecinha limpa para resolver os problemas da empresa, que têm um buraco ( qualquer dia tamanho do ozono... ) de milhões. Os senhores administradores pensam melhor nas soluções, sentadinhos, dentro de um BMW, enquanto ligam do i-phone e vêm as capas dos jornais, no i-pad, coisas que dentro duma 4 L, não se faz. Isto não precisa de um 25 de Abril. Precisa de uma equipa de intervenção tipo “ Querido, mudei Portugal”. Uma linha de apoio, que manda a equipa averiguar o que está mal e que veja onde gastam balúrdios. Ora agora cortam, aqui, depois ali. Vendam para aqui, comprem ali. A minha consciência sabe que esta “equipa” teria um trabalho do caraças. A sua remuneração seria paga, tirando percentagens dos salários ( para ver se gostam… ) arrebatadores dos senhores com rabinho fino, que só o sentam em estofos de pele. Isto fazia sentido. Digo eu e qualquer português. Toda a maneira, nós estamos preparados para tudo, já se viu. Até já nos estávamos a imaginar a receber charters, carregadinhos de chineses. Vejam lá…
Mó de Moreira
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