20/12/2012

Eu e o natal...




Não sou a maior fã do natal. Uma pessoa não reage muito bem quando lhe dizem que o pai natal não existe, e que é a tia, o pai ou a prima, que desaparecem da sala, envergam a vestimenta do dito e entram com as prendas, como se nunca tivessem ali estado, ainda o lugar do sofá está quente. Os primeiros anos são essenciais na vida duma pessoa. Acreditar de alma e coração que o papai noel ( agora noutra língua, para não maçar… ) na noite de 24, aquela hora está a “atestar”, alimentando as renas, para vir no seu trenó, chegar à chaminé, trazer-nos os presentes, enquanto diz ÒhôOhôh.... depois dizem-nos: “É a tia, não vês!” É dose. E acaba por afetar toda a personalidade duma pessoa. A minha mãe diz, “Um dia, quando tiveres filhos é isso que lhe vais incutir? Que não gostas do Natal”. Claro que não mãezinha. O puto nasce, sim tem de ser rapaz, e vai lhe logo ser dito que esse senhor barrigudo de barba branca, não existe e que é sempre alguém da famelga que se mascara, quando for para a escola, o primeiro que lhe disser que é esse senhor que lhe traz as prendas, tem a minha autorização, e desde já a do pai, fica aqui já escrito, para o “aviar” até que chame pela mãezinha dele.

A única coisa pela qual me poderia interessar mais por esta altura, é o facto de haver árvores de natal de várias cores, muita variedade de bugigangas para enfeitá-la, fugindo um bocado ao tradicional e seguindo assim as tendências da moda. Mas então, eu depressa me aborreço, e verdade seja dita, não tenho jeito nenhum para decor natalício, e estar a fazer uma coisa e ouvir “Deixa estar que eu faço!” “Essa fita não ficava melhor do outro lado?”, é dose.

Tremo, sempre que vou na rua e vejo “Jasus” pendurado numa janela. Aquele paninho vermelho com a criatura lá estampada, a apanhar chuva, humidade, vento e mais uns quantos fatores climáticos, dá-me dó. Podiam pô-lo por cima da lareira ou noutra parte da casa mais aconchegada. Os que têm aqueles escritos em Espanhol, é bater à porta da pessoa e mandá-la pela janela, não merece passar nem mais um natal.

É também a altura do ano, do enfardanço. Comer doce, comer salgado, voltar ao doce, comer salgado, o estômago não gosta. Passadas 3 horas, passa. Volta ao doce, ataca o salgado, o estômago não gosta. Passados 2 dias, a balança pede para só lá se pôr uma pessoa em cima. Aí, a culpa é do natal e lá vem a promessa que dias melhores virão, quando forem para o ginásio, o habitual.

Agora um conselho, todos os brinquedos para a pequenada que toca, grite ou impe, deverão vir com as pilhas à parte, ou melhor sem pilhas, prometam que lhas compram quando as lojas estiverem fechadas, que esgotaram nos hipermercados, que os chineses foram todos passar férias à China. Se os enganam para comer a sopa, esta parte é peace of cake. Não se aguentam aqueles sons, principalmente tocados pelos dez dedos ao mesmo tempo. Respeitinho aos mais velhos, que querem ver o Malato.

Para finalizar, abomino todas as mensagens de natal com mais de 10 caracteres, que tenho que esperar que o natel atualize a mensagem, com pinheirinhos, correntes solidárias para mandar a 30 pessoas, senão caso contrário, nas próximas horas a árvore de natal que tenho na sala cai para o lado, é dose. Eu apagá-las-ei com carinho para entrar e sair do espírito, de cima dum trenó. Não se macem, eu também cá estou nos outros dias do ano, desejem-me “Boa segunda-feira” ou “Nunca mais é sexta”, que eu a isso, dou atenção, pouca, mas dou.

Agora acabo desta forma, se o burro e a vaca afinal não são considerados parte integrante do presépio, façam o favor de os recolher e voltar a guardar num saquinho, na dispensa. O nosso Papa, do alto da sua vestimenta Prada, pode ficar irritado e aparecer para aí com uma caçadeira topo de gama, tal a fúria.

Vá, tenham lá umas boas festas pimpolhos, que vocês não têm culpa destes meus devaneios. Boas meias e cuecas para os senhores. Boas cenas para o enxoval para as senhoras.
BOAS FESTAS!

P.S. – Só tenho uma prenda para comprar, ainda me estou a preparar psicologicamente para gastar o meu dinheiro… no CD do Pablo Alborán. Socorro. Mas é um pedido especial e deve ser realizado. É merecido.

P.S. 2 – A palavra natal, foi sempre escrita com letra pequena. Só para ele não ter a mania que é importante.

Mó de Moreira

1 comentário:

  1. Perante isto teremos que te desejar uma boa semana, em vez de boas festas!!!!!!!!!!!! Aguardo o ano que vem para ler todas as tuas croniquetas. Como sempre gostei e até tens alguma razão!!!!

    Beijo e boas festas

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