22/07/2011

Praia, prainha...


Estão preparados/das para me acompanhar??? Ora bem, a minha primeira inquietação é-me dada por um senhor de tenra idade que conduz com um boné na cabeça da robbialac, fazendo o percurso até à praia em 2ª, ao meu lado esquerdo, um traço contínuo, daqueles temporários, amarelo canário, lindo e amoroso que só ele, que parece não ter fim. A chegada à praia é feita cedo, não de madrugada, o suficiente para ainda ter margem de manobra no areal. Já com o estandarte montado e espaço, vou para a água. Quando volto… ( foram uns 5 minutos, nem tanto... ) eis que a primeira estaca é espetada, qual bandarilheiro qual quê, espetar o ferro da sombrinha na areia, envolve todo um conjunto de manobras… primeiro é pô-la o mais perto possível, centímetros de outra, não vale a pena tentar explicar que há ali mais campo, lá longe… é em cima das pessoas, que as pessoas se põem. Neste caso se me descuido, era entre os meus dedos dos pés. A seguir abre-a, olha para o sol, espreita de que lado vem o vento e posiciona a dita, até ter a geleira que nem um pachá à sombra. Enquanto isto se dá, do meu lado direito chega uma família, três gerações, avós, pais e filhos. Neste caso o chefe da família espeta a bandarilha, a avó besunta os miúdos até deixar lastros de protector com camadas finas e outras mais espessas pelas costas, cara e pernas, a mamã tira as pás, os baldes, as formas, o camião, o tractor e mais umas quantas ferramentas que só ocupam espaço e que dão uma trabalheira a arrumar e a lavar de onda em onda. O papá entretanto, parece uma parabólica à procura de sinal, bem que disfarça, mas aposto que já sabe onde estão todas as meninas que estão a fazer topless e que usam fisgas, tipo arrumador de carros a contar moedas ao fim do dia. Vamos lá então trabalhar para o bronze, sacudir a toalha devagarinho, para não incomodar a vizinhança e deixar os putos que nem panados, tal é a aderência do “untamento”, desconfio que ficavam que nem douradinhos, prontos para ir ao forno. Barriga para cima, para que todos os UV entrem na minha pele mesmo de frente, invadindo cada poro. Infelizmente não demora 1 minuto e eis que sou atingida pelo mini meteorito com milhares de bagos de areia, vindo dumas mãos com tremenda falta de pontaria, para o alvo pretendido, o irmão. A avó depressa me pede desculpa, e eu, aceitei logo, não vá ela pegar no protector 50 + e lançar-se a mim, que nem um cão a um osso e deixar-me às lostras. "Não faz mal, são crianças... " O melhor é ir à água, antes que haja aqui um 25 de Abril, “piqueno” e tenha de pôr algum de pernas para o ar, o pior é que iam gostar. Entretanto, já querido papá molha os pés, enquanto vira a cabeça para a esquerda e para a direita de 10 em 10 segundos, jogo de ténis não é, logo… é bom que ele olhe mas é para a frente, não vá levar com uma onda, daquelas que apanha uma pessoa pelo meio da canela e num ai, está-se a mastigar areia e quando nos levantamos não sabemos bem em que praia estamos, mas temos logo a preocupação de olhar à volta, não vá alguém ter visto e estar a rir-se. Avisto o senhor do boné da robbialac, destaca-se, não só pelas letras garrafais do mesmo, mas porque bebe médias, debaixo duma mini sombrinha da sagres, se para cá ele já não via o caminho, para lá só irá ver com meio olho, tem mesmo cara de quem não bebe… muito. Só assim em ocasiões especiais, como na praia às 10.30h da matina. Gosto daquelas famílias que trazem para a praia uma kitchenet, equipada com tudo o que tem direito e mais e mais. Todos capazes de participar com uma perninha no Peso Pesado, já os estou a ver, a fazerem a inscrição com a mão direita, enquanto comem uma bola de Berlim com recheio, com a mão esquerda. Deixando tudo gorduroso e perguntando à senhora: Aqui na pergunta do prato favorito, posso por até quantos?! Cada um com seu escaldão, como manda a lei. Branco debaixo do pneu, vermelho por cima. Bom, volto para a toalha e vejo que tudo ali à volta está uma revolução, todo o equipamento da pequenada espalhado, a mãe já desesperada, pede que os arrumem, a avó a ameaçá-los com uma pá, o avô lê a Bola, tanto se lhe dá e o pai já deve ir em trezentas e qualquer coisa fisgas e só diz, “olhem que amanhã não vêm à praia… “ Até parece. A minha sorte é que está quase na hora do almoço, na hora em que aconselham as pessoas a irem para casa, a hora do cancro portanto. E tudo o que é criancinhas, gordinhos, velhinhos, é considerado de alto risco, por isso vão zunindo para a casinha, para que je, fique aqui esparramada, a trabalhar para o bronze das três camadas, chocolate de leite, recheio de morango e chocolate branco. Chocolate negro que é bom, está quieto. 

P.S. – Então e aquelas pessoas que põem a sombrinha quase dentro de água e acham que não há onda que lhe chegue ali?!

Mó de Moreira

1 comentário:

  1. gostei muito, continua que eu vou acompanhando.
    Boas ferias.

    V. R.

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