“Tu
bem estranhaste eu ontem andar a dizer adeus a todos os que encontrei no meu
caminho, conhecidos ou desconhecidos. Enquanto o fiz, pensei para mim: Sê
feliz, que eu não fui capaz. Tu, que tão bem me conheces e que agora lês isto
como se fosse escrito por um desconhecido. Não sei porque me fui a baixo, se o
teu sorriso todos os dias me dava aquela força. Sê feliz, que eu não fui capaz.
Todos os dias passados contigo, foram os melhores de sempre, fizeste-me esquecer
este meu lado negro, sei lá, como devo chamar isto? Tu, no alto da tua vivacidade
de menina, dizias que eram dias menos bons e que o sol de amanhã me iluminaria,
trazendo a paz de espírito que precisava. Sê feliz, que eu não fui capaz. É injusto,
pensas tu neste momento, já lavada em lágrimas. Tens razão, e só o é, porque tu
não merecias passar por isto. Ninguém o merece, só me arrependo por me achares
cobarde. Sê feliz, que eu não fui capaz. De vez em quando este mal invadia-me a
alma, quase pedindo que o fizesse, que esquecesse quem me rodeava, quem me
apoiava, quem me dava a mão. Que te esquecesse a ti. Consegui quase sempre
enfrentá-lo, mas sabia que haveria de chegar o dia, que ele venceria. Sê feliz,
que eu não fui capaz. Arrependo-me de nunca o ter conseguido matar, tive essa
oportunidade quando entraste na minha vida, decidi viver com os dois. Até na
morte o escolhi. Vá lá, tu tens força, eu deixei-te o meu sol. Sê feliz, que eu
não fui capaz. Não consigo dizer-te mais nada, nem explicar-te, não tenho as
respostas que tu queres, nunca as tive, achei sempre soluções para te fazer
acreditar que estava tudo bem. Recorda-me como o primeiro dia que nos conhecêssemos,
recorda-me como uma merda. Esse sim, era o verdadeiro, O amor, simplesmente o
tornou perfeito. O amor, simplesmente o disfarçou. O amor, simplesmente te
deslumbrou. o amor, simplesmente o escondeu. Sê feliz, que eu não fui capaz. “
Jamais, em circunstância alguma, estamos
preparados para enfrentar uma morte. Jamais, em circunstância alguma,
conseguimos superar verdadeiramente a dor. Jamais, em circunstância alguma, acreditamos
que dias melhores virão. Jamais, em circunstância alguma, nos livramos dos
fantasmas. Jamais, em circunstância alguma, dizemos que perdoamos. Jamais, em circunstância alguma deixamos de ter saudade. Jamais, em
circunstância alguma, nos podemos esquecer, que somos todos, uma merda.
Mó de Moreira
Frustação ! Medo ! Arrependimento !
ResponderEliminarTudo não deve ter passado de um sonho máu em noite fria de inverno.
Um beijo
J.C.